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III FESTIVAL ‘SONS DO CÔA’

Numa organização conjunta, o Município do Sabugal e a Associação Cultural Oito Ecos apresentam a 3.ª edição do Festival ‘Sons do Côa’, que decorre de 29 de setembro a 27 de outubro, no Sabugal, Bendada, Vilar Maior e Casteleiro.

Sob a direção artística de João Andrade Nunes e criteriosamente desenhado para o concelho do Sabugal, o Festival ‘Sons do Côa’ mostra-se um projeto musical eclético, intergeracional e descentralizado, onde os mais variados estilos e épocas musicais são colocados em diálogo com a identidade e o património cultural autóctone.

Depois do êxito das edições anteriores, observando uma lógica de descentralização, em alguns dos mais emblemáticos locais do concelho (Sabugal, Bendada, Vilar Maior e Casteleiro), voltarão a ter lugar concertos que garantem uma grande diversidade, entre a intimidade da música de câmara e o brilho da música coral.

Com música do século XIV à contemporaneidade, contará com nomes incontornáveis do panorama musical nacional e internacional: Vasco Dantas Rocha e Isabel Vaz, Iberian Ensemble, Gaudium Vocis e Ensemble São Tomás de Aquino.

Construindo um presente enraizado na memória e aberto à aventura da imaginação, o Festival ‘Sons do Côa’ integra um concerto comemorativo do 50.º aniversário da Revolução dos Cravos e volta a contar com a estreia de uma obra no concerto de encerramento. Desta feita, para coro e quarteto de saxofones, da autoria de Rui Paulo Teixeira.

O Festival ‘Sons do Côa’ conta com o apoio financeiro da Direção-Geral das Artes (DgArtes/Governo de Portugal), com o apoio media da Antena 2 e tem como parceiros institucionais locais a Sociedade Filarmónica Bendadense e a Fundação Pe. José Miguel.

Todos os concertos têm entrada livre.

Este programa, dedicado à música barroca europeia, apresenta obras de Juan Pla e José Pla, D. Scarlatti, B. Marcello, G. P. Telemann e A. Vivaldi. O Iberian Ensemble, grupo especializado em música barroca, é constituído por Alexandre Andrade (flauta barroca e direção musical), Nuno Soares (violino barroco), David Cruz (violoncelo barroco), Ivan Oliveira (tiorba e guitarra barroca), Catarina Sousa (cravo).

O programa propõe uma viagem musical por duas grandes fontes da música medieval da Península Ibérica: o Llibre Vermell de Montserrat e as Cantigas de Santa Maria, atribuídas a Afonso X de Castela.Gaudium vocis, grupo especializado em música medieval, é constituído por Rui Soares (harpa, órgão portativo, voz e percussões e direção musical), José Machado (tambor de cordas, voz e percussões), Fabiana Magalhães (flauta, voz e percussões), Pedro Martins (alaúde medieval, saz e percussões).

Intercontinental compreende um diálogo musical entre compositores europeus e compositores do continente americano. De Bach a Piazzolla, sem esquecer os incontornáveis temas de Garland ou de Tyssens, este programa, arrojado e eclético, potencia uma viagem musical verdadeiramente singular. O Quarteto de saxofones do Festival ‘Sons do Côa’ é constituído por saxofonistas oriundos da prestigiada Banda da Armada.

Celebrando a memória da Revolução dos Cravos, no seu 50º aniversário, o programa reúne dois continentes distintos no mundo da canção, raramente reunidos num só concerto: a canção coral e a canção para voz solista, num diálogo expressivo com as sonoridades do piano. Três ciclos de canções corais com piano (Fernando Lopes-Graça, Canções Heroicas; Fernando Lapa, Seis Bagatelas sobre Poemas de Alexandre O’Neill; Alfredo Teixeira, Duas Canções Corais a partir da poesia de Fernando Pessoa e José Tolentino Mendonça) entrarão em diálogo com canções para voz solo, de uma seleção de compositores portugueses em atividade depois do 25 de Abril.

Este recital de piano e violoncelo, pela mão dos aclamados Vasco Dantas (pianista) e Isabel Vaz (violoncelista), incide sobre obras do século XIX e do século XX. Eurico Carrapatoso (1962-) e David Sousa (1880-1918) são os anfitriões deste recital, onde também se ouvirão obras de J. Sibelius (1865-1957) e de César Franck (1822-1890). Vasco Dantas, formado pelo vetusto London Royal College of Music e doutorado pela Universidade de Münster, já obteve mais de 50 prémios e distinções em concursos internacionais. Isabel Vaz, mestre pelo Conservatório de Amsterdão, foi, igualmente, distinguida em vários concursos nacionais e internacionais. É um dos elementos mais recentes da prestigiada Noord Nederlands Orkest (Países Baixos).

O concerto de encerramento, através de um diálogo entre voz e saxofones, promove um encontro entre dois arquivos que permanecem, quase sempre, incomunicáveis, nos programas: o repertório criado para os ritos litúrgicos latinos e a música oral, de raiz popular, recriada por compositores do século XX e XXI. A expressividade da devoção mariana, sob o signo do “sagrado materno”, é o lugar deste encontro inusitado, proposto pelo Ensemble São Tomás de Aquino. Com um efetivo de duas dezenas de músicos, este concerto terá a direção da maestrina Maria de Fátima Nunes.

A Associação Cultural Oito Ecos foi criada em 2020, como associação cultural de direito privado, sem fins lucrativos, com o objetivo de promover e realizar atividades artísticas e culturais. Desde então, tem sido responsável pela Temporada de Música de São Tomás de Aquino, em Lisboa, pelo Festival ‘Sons do Côa’, no Sabugal, e suportou a realização dos projetos discográficos Vimos do Mar e da Montanha, que teve a chancela da Paulus Editora, e Ó meu Menino. A Associação Cultural Oito Ecos conta com parceiros institucionais como: Câmara Municipal de Lisboa, Câmara Municipal do Sabugal, Antena 2, Paulus Editora, DaCapo – Revista Musical, Fundação Pe. José Miguel, Sociedade Filarmónica Bendadense, Igreja Paroquial São Tomás de Aquino, entre outros.

João Andrade Nunes (1990) é mestre (2019) e licenciado (2015) em Direito, pela Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Na mesma instituição, atualmente, é docente e doutorando, na especialidade História do Direito Português. Paralelamente, mantém uma atividade musical de âmbito profissional. Depois de ter realizado o Curso Integrado de Música nos conservatórios de música Pedro Álvares Cabral (Belmonte) e Oficinas de S. José (Guarda), em 2008, por meio de provas públicas, ingressou na Banda da Armada Portuguesa, como saxofonista solista. Em 2009, juntamente com a flautista Miriam Cardoso e o oboísta Filipe Branco, fundou o grupo de música contemporânea Entre Madeiras Trio. Concomitantemente, licenciou-se em Música, pela Escola Superior de Música de Lisboa (2011). Nesta instituição, estudou técnicas de composição e harmonização com João Madureira. Fora da academia realizou, ainda, cursos de composição com Domenico Ricci, Fernando Lapa e Jorge Constante Pereira. Desde 2011, tem musicado e harmonizado inúmeros textos litúrgicos. Nesse sentido, destacam-se várias obras publicadas em plataformas digitais e em formato impresso como: Livro Cinzento – laboratório 2019, Editorial Frente e Verso, Braga, 2019, Cantoral Nacional para a Liturgia, Secretariado Nacional de Liturgia, Serviço Nacional de Música Sacra, Fátima, 2019 e Vimos do Mar e da Montanha, Paulus Editora, Lisboa, 2020. Como maestro fundou (2015) um peculiar projeto de divulgação e incremento de música sacra na liturgia designado de Ensemble São Tomás de Aquino, residente na Igreja São Tomás de Aquino, em Lisboa. Em 2019 integrou, como elemento do júri, o I Concurso Internacional de Composição, Prémio Clotilde Rosa e o Prémio de Composição Pe. Miguel Carneiro. É Diretor Artístico do Festival ‘Sons do Côa’ e Presidente da Direção da Associação Cultural Oito Ecos.